sábado, 12 de maio de 2007

Dois.

Comecei a discar desesperado para ela logo que saiu de casa, mas ela não atendeu. Não entendi porque ela estava tão brava, não precisava sair correndo assim, a gente podia ter feito outras coisas divertidas, de repente rolava até um... Ouvi uma derrapada violenta vindo da rua e fui até a janela ver. Mal abri a persiana, senti duas mãos me empurrando pra fora e lembrei de uma cena, algo que tinha acontecido quando eu tinha mais ou menos uns oito anos. Era do meu irmão mais novo, hoje já falecido. Estávamos jogando vídeo-game e eu pedi pra ele deixar eu matar o chefão da próxima fase. Ao ouvir um não como resposta, fiquei irritado e peguei um garfo que estava do meu lado. Comecei a espetá-lo com força, desejando rasgar sua pele, deslizar pela sua carne, sentir o seu sangue escorrendo por entre os meus dedos e continuar até sua morte. Obviamente que um garfo de plástico não seria suficiente pra isso.
Fomos grandes amigos até o dia que ele teve o azar de sofrer um acidente de carro. Lembro bem que essa foi a primeira vez que eu desejei tanto a morte de uma pessoa, mas fazia tanto tempo, que eu não lembrava mais como era. Até olhar para os olhos de Ana Laura, antes que a vaca me jogasse do oitavo andar. Olhei para seus olhos, assustado. Ela nada parecia com aquela garota que eu tinha beijado na festa agora pouco.

Um comentário:

Anônimo disse...

duda,gostei muito desse,
você tem muito talento
pra coisa heehuehuehuehuee
virei sempre por aqui

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