quarta-feira, 9 de maio de 2007

Bruna

Aos dezoito anos meu maior sonho era dar pro Luiz da rua debaixo. Tava na festa a galera toda, ele lá no canto, com gel no cabelo, vestindo calça jeans M.Officer e uma camiseta Puma que eu tinha visto estampada num manequim no dia anterior por 119 reais. As duas mãos ocupadas. Um cigarro na direita, uma puta na esquerda. Quase não parou de fumar durante todos os cinco minutos que ficou com a vadia. Não digo vadia por ciúmes não, mas é que conheço a Catlen tempo bastante pra dizer que é vadia. Nos conhecemos quando ela se mudou pra rua há exatamente 3 anos atrás. Lembro até hoje do seu cabelo preso, da calça jeans rasgada e da camiseta de Porto Seguro, daquelas que a gente compra pra exibir pros outros que já fomos pra algum lugar. Não era feia não, mas era gorda. Gorda pra caralho. Ela tinha um jeito acanhado, meio caipira, mas eu gostei dela. Todo mundo dizia que éramos melhores amigas, mas eu nunca soube que a Cate era complexada com os kg's a mais, e que ela tinha tentado se matar por causa disso. Mas tudo bem, ela também não sabia que eu tinha beijado sem querer o menino que ela gostava na época. Acontece... Acontece que ela tinha emagrecido muito, quase 20kg. Ficou bonita pra caralho, saiu pegando geral. E agora tava lá pegando o Luiz. Eu não tava nem aí, já tinha marcado de ir embora com ele e ia dar de qualquer jeito. Enquanto isso, peguei umas duas caipirinhas e fiquei conversando com a Fê, ela me contando o que tinha feito com o namorado na noite anterior. Deu uns cinco minutos, o Luiz apagou o cigarro, deu uma desculpa qualquer, e me chamou pra ir embora. A gente foi pra asa dele porque os pais estavam viajando, então era sossegado. Pegou um maço de Marlboro e meteu um cigarro na boca, acendendo quase que automaticamente. Perguntou se eu queria alguma coisa, mas eu não queria nada. Aliás, queria. Queria era dar logo pra ele. Estava eufórica, comecei a tirar a roupa, ele tirou a dele, fomos pra cama e nada, ene-a-dê-a. O treco não subia nem se eu fizesse macumba. Perguntei ao Maestro, que merda era aquela e ele ficou todo assustado. Não sabia explicar o motivo, que nunca tinha acontecido com nenhuma outra menina. Pus a roupa e fui pra casa sozinha, sem me despedir. Mal saí da casa dele e o Luiz já tava dando toquinho no meu celular. Nem atendi, de certa ele queria certificar de que eu não contaria pra ninguém, mas ele não precisava preocupar com isso. Distraída, atravessei a rua e fui atropelada por um motoboy. Morri na hora.

2 comentários:

Anônimo disse...

O que dizer de uma menina que escreve fodásticamente bem?
Nem preciso falar, mais um texto maravilhoso... e ficou ainda melhor porque EU tô aí \o/
Continue sempre assim (hahahah que tosco)
Te amo puta


ps: sou mais a prostituição

Anônimo disse...

a Bruna deve ter uma porcentagem de pureza muito, muito baixa! kkkk
Ótimo blog Duda, serei um frequentador assíduo daqui, pois seus textos são (como sempre) maravilhosos.
Beijos